21 novembro 2011

devagar - part IV

Para que possa ser feito o seguro das instalações, a seguradora quer saber a área a segurar – em m2. Como a planta existente não é exaustiva, pedi aqui à Graciete para medir a sala não constante da planta. Receoso dos habituais enganos e faltas de entendimento sobre o objectivo de tarefas simples, completei o “Preciso de saber a área da sala lá de trás” com um mais exemplificativo “Pegas na fita e medes da porta até à parede lá de trás; depois, medes da parede do lado esquerdo até à parede do lado direito”, pensando que desse modo mais dificilmente iria ter problemas com o resultado.
Volvidos talvez 5 minutos, a Graciete estava de volta com as medidas. “Da porta até lá atrás são 500; da parede da esquerda até à parede da direita são 500” – a fita é em cm, pelo que entendi a medida. Preparava-me para tomar nota e informar a seguradora em conformidade quando ela acrescenta “mas da parede da esquerda até à parede da direita não são 500”. “Não são 500? Então?”, digo eu, ao que ela me retribui “São 500 e mais um palmo”.
Depois da gargalhada quase geral, em que a própria Graciete participou, perguntei em tom jocoso se o palmo era dela, ao que ela responde “Não, por acaso era do Celso, que era quem estava do outro lado da fita”, preparando-se para o chamar para lhe medirmos o palmo e tornar rigorosa a medida.
Até hoje, não cheguei a entender se os “500 e mais um palmo” se ficou a dever a uma falha no conhecimento da utilização de uma fita métrica de 5 m para medir uma distância superior à dimensão da fita (possível, mesmo frequentando ela o 2º ano de engenharia), ou se à tradição, local e pessoal (dela) em fazer as coisas sem esforço. Ou então sou mesmo eu quem anda muito depressa

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