25 novembro 2010

23 novembro 2010

inhaca

Depois de meses com a ideia de que seria necessário apanhar um avião para poder desfrutar de um local turístico "decente", bastaram duas horas e meia de barco para percorrer as cerca de 20 milhas que separam Maputo de Inhaca, ilha que encerra a baía, para entender que, afinal, existem quase paraísos aqui mesmo.

O barco, com capacidade para cerca de 80 passageiros, transporta seguramente 200 pessoas - aqui o "seguramente" seguramente que não significa segurança, embora a segurança seja acautelada pelo piloto, que a cada minuto verifica o estado de funcionamento do leme, fazendo repentinamente uns bordos de 30 graus ("crazy Ivan", para quem viu o Red October).
Fora esta peculiaridade, a viagem decorre sem sobressaltos, até que, à chegada, compreendemos que a maré baixa não permite que o navio encoste ao ancoradouro, sendo por isso necessário fazer uma transfega para embarcações mais pequenas - com capacidade para umas 6 pessoas e que tensportam seguramente 12, que têm que se descalçar quando chegam à praia. Na praia, ainda dentro de água, descalço e com as calças arregaçadas, aguarda-nos um agente da autoridade, que supostamente vem cobrar a "taxa da ilha" aos visitantes. Fugimos sem pagar.

O "Coco Loco" fica a 800 metros e é pela praia que lá se chega. A meio caminho, encontramos o Pedro, representante do nosso senhorio de fim de semana e que será quem vai dar-nos apoio, que vem ao nosso encontro e que se desculpa com "O barco chega sempre atrasado, não esperava que chegasse a horas hoje".

A partir desse instante, as bagagens e as preocupações desaparecem nas mãos do Pedro e do ajudante dele: basta dizermos o que queremos para jantar, quantas cervejas, que vinho, o tabaco também faz falta e pronto, agora a praia é toda nossa.
Para já, é praticamente impossível tomar banho, pois a maré está baixa e temos apenas uns 10 cm de água, águas mais profundas a uns 300 metros - e nestes 10 cm a água deve estar a mais de 40º, até chateia. Há então que esperar pelo menos uma hora até que a maré suba um pouco, tempo que nos serve para apreciar os ruídos da natureza densa e para olhar para um Maputo quase invisível no horizonte. Uma canseira...
Depois de irmos a banhos durante toda a tarde, a dourada de 2kg magnificamente grelhada espera por nós à luz das velas acesas pelo Pedro, o vinho e a cerveja estão à temperatura e é só a temperatura do ar insiste em não baixar. Para espanto, o insecto mais abundante não é o mosquito, pelo que tanto o jantar como a noite decorrem sem esse problema.

O dia seguinte começa cedo e é igual ao anterior, com a diferença que agora temos que voltar à vida real. Desta vez, a maré está alta, o que faz com que o pequeno bote de transfega nos venha buscar a casa - o navio maior continua sem atracar no cais, afinal não era por causa da maré. Crazy Ivan ao leme, Maputo pela frente.
Para voltar.

08 novembro 2010

notícias

Mesmo daqui, mesmo à distância, é sempre bom acordar com um resumo do que se passou na véspera lá longe.
Não que eu fique contente com o júbilo nortenho, nem com a soberba morcona, menos ainda com a possibilidade que se vislumbra de a história recente se vir a repetir, muito pelo contrário; também não é meu hábito sentir regozijo algum pela miséria alheia, naquela perspectiva de que "pimenta (piri-piri?) no cu dos outros para mim é que nem refresco"; mas desta vez, a notícia tornou um dia daqueles que são agora bem mais longos num bem mais suportável.
Bem hajam!

04 novembro 2010

Recomeçar é muito mais complicado que começar.