ou
por terras nunca antes percorridas
Do Maputo onde me encontro até à capital provincial mais a norte de Moçambique são quase três mil quilómetros, uma distância equivalente à de Lisboa a Hamburgo, o que torna a vontade que tenho de conhecer toda a costa num objectivo ambicioso. Ainda assim, vou metendo mãos à obra, ou no volante, e vou dedicando algumas horas a esse objectivo - e, claro, muitas à estrada.
Desta vez, embora os seiscentos quilómetros tenham sido apenas mais cem que os do destino anterior, foram mais duas horas e tal de viagem: hora e meia para os primeiros trinta, por causa do trânsito, das obras e das cartas de condução que até a farinha Amparo teria vergonha de oferecer; quatro horas e meia para os quinhentos seguintes, em estrada de boa qualidade e sem demasiado trânsito; uma hora para os sessenta que se seguiram, em estrada de terra; e, finalmente, uma hora para os últimos dez, numa estrada (?) em areia, atravessando uma reserva natural. O folheto bem que prometia um local exclusivo - e agora entendia-se porquê...
Trata-se de uma península, situada ainda na província de Inhambane mas a norte da outra península que dá o nome à província, no distrito de Massinga - logo ali a seguir a Capricórnio, para quem vem de sul, não sei se estão a ver? O resort fica mesmo no extremo da península, tão no extremo que nas traseiras da casa temos a praia a vinte metros e mesmo em frente fica a baía: ou seja, podemos escolher ondas e água menos quente, ou águas menos agitadas e a uma temperatura mais elevada. Ah, é verdade, aquilo é alimentado por gerador, por isso lights out a partir das 22h e toca a dormir - o que depois de 8 horas na camioneta até me pareceu boa ideia.
A praia? A maçada do costume: éramos nós, um cão e a dona do cão. Nesta, nem sequer apareceram os habituais vendedores a impingir aquelas coisas que até compraríamos se não nos chateassem tanto; apareceram, isso sim, nuvens que traziam água e que a iam deixando cair, mas nem isso nos demoveu de ficar ali um par de horas a usufruir da paisagem e da exclusividade do local.
No dia seguinte e para encurtarmos o indesejado regresso, rumámos à Barra, que já conhecíamos. Tem a clara desvantagem de não ser tão exclusivo, mas tem o benefício de ter um chef que nos deixa de rastos depois de um three course meal para jantar, de não permitirem a entrada a crianças (bem... a algumas...) e de terem o tal carrinho de golfe que nos leva a todo o lado. A praia tem também o problema de estar mais lotada - desta vez estava cheia, com umas doze pessoas naquela dezenas de quilómetros de areal, que aborrecido terem aparecido todos naquele fim de semana.
A presença dos vendedores pode por vezes ser aborrecida: mas quando vendem "pulseiras" tão belas quanto estas, quem é que os pode levar a mal?
1 comentário:
Actually "footlets" :)
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