Da cidade ao extremo sul do país são apenas uma centena de quilómetros, que se percorrem calmamente em 3 horas. Já tínhamos ido para aqueles lados, mas a descoberta de um site que anunciava um resort recentemente inaugurado fez com que quiséssemos repetir a viagem.
Desta vez, por causa de um pontão que se afundou no ancoradouro da Catembe, foi necessário fazer o trajecto totalmente por estrada, o que acrescentou uns 60 km ao percurso.
A estrada continua na mesma, pó atrás de pó, mas nesta ocasião dois zangados representantes da espécie fizeram-nos acreditar que a “Reserva dos Elefantes”, a uma escassa trintena de quilómetros da capital, tem mais do que apenas o nome. De resto, o caminho fazia-se tranquilamente e podíamos recordar que a paisagem tem uma vegetação menos densa e é menos habitada que para norte. Percorridos 140 dos 160 km, era necessário fazer um desvio a leste – o destino não era exactamente o mesmo que o da viagem anterior – e fomos surpreendidos por um pedaço de alcatrão, herança lusitana seguramente com meio século e sem qualquer tipo de manutenção.
A alegria por regressar ao alcatrão e a expectativa de dar um merecido descanso à suspensão da camioneta e às nossas costas rapidamente se desvaneceu, uma vez que a falta de manutenção tornava a estrada intransitável, sendo mais seguro e confortável utilizar as bermas, entretanto transformadas em estrada alternativa – e fazendo com que a velocidade média baixasse ainda mais e com que o carro chegasse ao destino com uma cor nova.
Mas felizmente o alcatrão depressa desapareceu e pudemos voltar ao conforto da areia que nos conduziu ao portão de acesso ao resort, onde sabiam o meu nome (?). Já nas ruas pavimentadas do resort, fomos recebidos em português (coisa rara nestas paragens) não por um, mas por dois “hospedeiros”. Para a nossa recepção, tinham preparado um welcome drink, um briefing sobre as piscinas, os bares, o restaurante e, importante, sobre as actividades (começava a notar-se que, apesar de saberem o meu nome, não faziam ideia de quem sou: actividades? Nos tempos livres, gosto mesmo é de fazer NADA, e nisso sou quase perfeito!). O briefing finalizava com a entrega de um telefone móvel, com o número do nosso mordomo em speed-dial, para “qualquer coisa que precisem, 24/7”.
Depois, era só ir até ao quarto. E ficar de boca aberta, quer olhando para dentro (1) (2), quer olhando para fora. O resort é constituído por 22 quartos/casas, harmoniosamente dispostas na encosta virada a nascente, com o mar pela frente. Cada uma delas dista uns 15 metros da próxima, o que confere um grau razoável de privacidade à estadia.
Ah, é verdade, faltava falar desta piscina, só para nós...
Depois de finalmente nos deixarem em paz, pudemos ir apreciar a praia, vazia, tomar banho a uma temperatura agradável e, ao pôr do Sol, jantar. Como estava bom tempo, decidiram que os hóspedes gostariam mais de um braai na praia e trataram de colocar as mesas lá fora, na areia, acender as brasas e atirar com um deliciosos pedaços de carne, peixe e marisco para cima da grelha. Não me queixei, embora não tivesse constituído uma refeição memorável.
O dia seguinte começou cedo, na nossa piscina, seguido de generoso mata-bicho, em que the sky was the limit: claro que exagerei. Check-out, praia até às 15h e rumar a casa, que à noite não se conseguem ver os buracos na "estrada".
Algumas fotos foram propositadamente ocultadas, por causa de eventuais leitores mais sensíveis a imagens demasiado agradáveis.
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